quarta-feira, 24 de março de 2010


"TENHO CIUME DO SOL, DO LUAR, DO MAR..."

Acho que to ficando velha. Velha, implicante e ... E... Ah, vai, e ciumenta. Pronto falei. Ciumenta da pior espécie sabe? Que surta por detalhes tão bobos, que tenho vontade de me internar ao termino de cada surto.

E não estou falando de namorado. Alias, nem tenho isso. (Interessados, por favor, mandem e-mails... Apesar de que, agora que estou confessando meu ciúme, quem vai se interessar não é? Vai vendo do que uma blogueira é capaz, perde o namorado, mas não perde o tema...). Estou falando de ciúme do vento. Sabe como é? Se passar mais fresco por alguma outra pessoa, danou-se. Já estou me mordendo.

Meus amigos são meus amigos e não podem ser seus. A não ser que eu também seja sua amiga. Nada me irrita mais do que ver um amigo meu de conversinha com uma pessoa que eu não gosto. Amigo meu, propriedade minha. Sabe? Ah louca!


Não quer ler meu blog, tudo bem, direito seu. Mas se eu lhe pegar lendo outro blog, ahh corre. Corre porque o bicho vai pegar. Tempestade a vista. Aonde já se viu ler outros blogs sem antes ler o meu?


Acho que quando nova fui tão desprovida deste sentimento que agora veio em dobro. Eu não ligava pra nada! Quer pegar? Pega. Quer usar? Usa. Ahh podia levar tudo que é meu, que não fazia diferença. E neste caso, eu to falando até de namorado. O ciúme era zero.


E então, em alguma pedra do meu caminho, eu tropecei e cai de boca nesse talzinho traiçoeiro. Tenho ciúme do meu pai, da minha mãe, das minhas irmãs, das minhas canecas, dos meus CDs e DVDs. Tenho ciúme de tudo!


Mas acalme-se eu não ando armada, e nem dou gritos pela rua. Antes de ciumenta, eu sou uma pessoa de bom senso. Conto até dez quando o bichinho me morde, e tento fazer o menos de barulho por nada. Porque quase sempre é “nada”.


Só que tem “os legais” que não me ajudam neste quesito. “Adouramm” me ver bravinha. E provocam viu?? Ah se provocam. Se pudesse citar nome colocaria uma listinha negra aqui: “Os seguidores do ciúme”. Porque vamos combinar? Se você tem consciência do seu ciúme, e não quer cometê-lo (sim, cometer, do verbo “cometer um crime” rsrs), você precisa que não te dêem corda não é? Mas não, muita gente por aí adora alfinetar e provocar tal reação. E eu caio, caio com um patinho na lagoa.


Esses dias me peguei numa conversa com uma amiga, ela dizendo que um ex- namorado ligou para ela, e o atual dela estava do lado. Pois, ela o atendeu, conversou com ele durante um tempo e o namorado vendo TV estava, vendo TV continuou. Aí vai a desvairada aqui e se exalta: “Mas como??? Ele tinha que ter pego o telefone, dito pro cara sumir e em seguida jogado o aparelho pela janela!”. Obvio que eu nunca faria algo do tipo, mas são um “cinco minutos” que eu ainda preciso para extravasar.


São 10:20 da manhã, 3 horas do dia de hoje já iniciado e até agora não senti ciúme. Só por hoje.

quarta-feira, 10 de março de 2010


UM DIA DE MARKETING


Dorothy Anete entrou na garagem quando seu marido ainda estacionava o carro, ele entrava em seu horário costumeiro da volta do trabalho. Emerson Geraldo olhou para ela e sorriu, não se lembrava dela já ter vindo recepcioná-lo em algum dia. Gostou da surpresa.


- Olá Dothyzinha, que surpresa veio buscar o seu cutizão na porta.


- Sim, tudo bem com você? – ela perguntou num tom despreocupado.


- Ah cansado, mas ta tudo bem e com você, como foi o dia?


- O dia... Ah o dia foi tranqüilo. Você viu que dia é hoje?


Neste momento Emerson Geraldo se debruçou no banco de trás, para pegar suas coisas: pasta, paletó e a fins. Quando saiu finalmente do carro perguntou:


- Desculpe querida, não entendi o que perguntou, vamos subir?


Ela o olhou ressentida, e ele preferiu entender que estava errado nessa interpretação de olhar, não havia por quê sua esposa estar triste com ele. Caminharam em silêncio para a porta da cozinha.


- Eu perguntei se você sabe que dia é hoje?


- Ah querida nem me fale, hoje foi dia de balancete no escritório. Estresse atrás de estresse, agora só quero tomar banho e ver o jornal. Fez o que de janta?


- Nada. – ela proferiu a resposta entre os dentes.


- Nada? Querida, você está um pouco estranha, aconteceu algo?


- Aconteceu Emerson Geraldo. Aconteceu que Eva é uma burra de ouvir a droga de uma cobra falante e ferrar com tudo! Aconteceu que Adão é um belo de um filho da mãe de ser o primeiro a se aproveitar da situação e fazer com que isso se perpetue para sempre. Porque sem vocês, homens, a vida seria outra coisa. Com certeza bem melhor!


Emerson Geraldo parou em frente a geladeira, segurando o copo em uma das mãos e a garrafa de água na outra, pasmado pela explosão desconexa da esposa. “De que raios ela está falando?” – ele tentava adivinhar em pensamento.


- Hoje é o dia internacional das mulheres, onde todas as esposas do mundo esperam por no mínimo flores, Emerson Geraldo, e no caso, eu acho que esperava até por mais Emerson Geraldo, ou você acha que sua mulher que lava, cozinha, passa a porcaria da sua roupa não merece uma jóia? Será que sua mulherzinha aqui, que está sempre a disposição não merecia ser surpreendida por uma jantar fora, HEIM EMERSON GERALDO??


- Então é isso... – disse ele em um tom irritantemente calmo. – Ah Dothyzinha, não leve tão sério essas datas, são datas de marketing para aumentar os lucros das lojas. Todo dia é dia da mulher, todo dia é seu dia minha querida, eu te amo e te falo sempre. Não precisa de uma data em especial pra isso. Bom, meu aniversário já está aí, vamos então combinar algo especial para fazermos, uma comemoração diferente.


- Quer saber? Comemore sozinho Emerson Geraldo, porque seu nascimento só foi um marketing que sua mãe fez para o seu pai para aumentar os lucros! - dito isso, ela abriu o armário, pegou um miojo e o mostrou raivosamente para ele, largando-o sozinho na cozinha para preparar o seu próprio jantar.