quarta-feira, 22 de setembro de 2010

COM QUE ROUPA EU VOU?

Beth Olga estava empolgada com a noite especial, não era sempre que o Ciro Tadeu aceitava sair para fazer um programa diferente, um jantar romântico, uma esticada na balada...

Olhava para seu guarda roupa e tinha a certeza absoluta que lá não teria nada que servisse para ocasião. Podia jurar que nenhuma das suas (muitas!) blusas ficariam boas com a saia que ela estava pensando usar.

- Banca ta pronta!!?? - "Banca" era de branquela na língua dos bestas apaixonados - Vamos logo! - gritou ele da sala em direção ao quarto

- Como assim Pleto? - "Pleto" era o jeito carinhoso besta apaixonada dela, por sua vez, chamá-lo. E nada tinha a ver com o tom de pele dele, uma vez que o mesmo era loiro. - Ainda to de toalha, nem comecei me arrumar. Pleto, não sei, não tenho roupa!

- Ah não começa Banca! Não começa! Você não tem roupa como eu não tenho vontade de ficar em casa.

- Não começa você Pleto, não começa! Nós vamos sair sim, está tudo combinado desde o ínicio da semana. Eu vou me arrumar rápido.

- Ah vai sim, vai se arrumar tão rápido que vai dar tempo de irmos de carona com o trenó do Papai Noel.

Ciro Tadeu começou a pensar enquanto ia à cozinha pegar uma cerveja, qual era o problema de simplesmente pegar qualquer blusa, qualquer saia e vestir! Até mesmo porque toda a finalidade desta noite era sexo! Ou seja, tirar a droga da roupa! Sim, porque para Ciro Tadeu sair para jantar, dançar, bla bla bla tinha um único e simples significado: Lingerie nova. Sim! Mulher adora colocar uma calcinha e um sutiã novo para ter uma noite especial!

- Pleti! - Sim, agora ela tinha dito "Pleti" era um derivado do diminutivo de "pleto" um jeito preguiçoso de falar "pletinho" - Se eu colocar a bolsa azul turquesa vai ficar feio com minha calça cenoura? - perguntou ela manhosa.

"WHATAFUCK é a cor turquesa?" Pensou ele, mas não ousou externar... Mas ela havia falado em azul, sendo assim fazia ele lembrar da camisa do Cruzeiro. Ele não gostava do Cruzeiro, por conseqüência não gostava de azul. E falou também em Cenoura, "putzqueparila" ele não ia sair nem ferrando com uma mulher do lado vestida com uma calça laranja.

- Calça laranja Banca? Coloca uma saia - "sai mais rápido ui ui ui sexo! sexo!" o pensamento dele fervilhava.

- Que laranja Ciro Tadeu? Quem falou em laranja? Cenoura é o modelo da calça, é uma calça com o fundo mais folgado e pernas justas.

- Cagado mesmo?

- Ai como você é grosso Ciro Tadeu! Esquece, vou de saia.

"Saiaaaa!" sinônimo de sexo no carro será? Uma rapidinha antes da balada, coisa e tal, tal e coisa. E por falar em comer, Ciro Tadeu já estava faminto. Considerou se mais uma vez gritava para apressá-la ou se buscava algo na cozinha para beliscar e não morrer até a hora que conseguissem chegar ao restaurante. Achou prudente ir a cozinha beliscar algo.
Depois disso Ciro Tadeu ainda teve tempo de ver os melhores momentos da rodada do campeonato brasileiro no canal de esporte. Teve tempo também de ver o último bloco da novela. Tinha lido que a Diana ia contar o segredo de Gerson, queria mesmo ver isto. E por fim, cochilou. Após exata uma hora e doze minutos surge ela a sala. Com uma roupa que seguia o padrão dela. Com a maquiagem costumeira. Sua bolsa favorita e aquele maldito sapato que ela sabia que machucava o pé dela para dançar, mas que ela insistia em colocá-lo para sair, pois, era fashion.

- E aí ta bom? Gostou? Acha que vou passar frio? - perguntou ela dando a entender que qualquer titubeada dele na resposta ela voltaria para trás e começaria do zero.

- Nossa, meu amor, valeu a pena esperar você está muito linda! - ela já sabia de cór o que responder.

- Ai que bom, então vamos! - Beth Olga o puxou pela mão toda sorridente.

- Só uma coisa, Banca. Já vou avisar. Eu vou broxar.

- O QUE??

- Claro Banca, já vou avisando, vou broxar mais tarde... Olha que horas estamos saindo, vou beber, vou comer bastante porque to com muita fome de tanto te esperar, você também vai inventar de dançar. Trabalhei hoje Banca, to cansado. E ainda quer que a gente chegue em casa e transe? Não dá não Banca, vou broxar. Vai, vamos logo embora antes que fique mais tarde e a gente só consiga comer em uma loja de conveniência de um posto.


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A GRAÇA DA DESGRAÇA

Eu havia escrito uma crônica costumeira, com um casal conversando sobre o horário político. Meu casal, como também conforme de costume, tinha nomes estrambólicos: Suellen Clara e Jonas Bruno. Eles riam dos candidatos e suas campanhas que em especial nessa eleição vinham recheada de bizarrices. Era uma crônica leve e que de forma bem sutil passava seu recado. E foi então, quando bem perto de postá-la, resolvi mudar tudo e falar realmente sério. Nunca a expressão: "É rir para não chorar" teve tanto sentido em nossa politica. O festival de alienação dos candidatos se proliferam durante os torturantes minutos da propaganda eleitoral ( Gratuita? Mas se tempo é dinheiro, eu estou perdendo o meu e me sentindo muito no prejuízo).Fico penalizada com pessoas que costumam afirmar: "Eu não gosto de politica." , "Eu nem quero saber de horário político" ou então "Eu quero mais é que o circo pegue fogo vou votar em qualquer palhaço". É a ignorância do despreparo mostrando sua cara. Não gostar de politica, é não gostar de si mesmo. Pois, é exatamente do seu futuro e da sua vida que estamos falando. Ou você não usa condução? Médico? Estudo? Você não vai ao supermercado e paga por cada produto que compra? Tudo que envolve a sua vida vem da politica. Do que a politica faz por cada área que você utiliza. Logo, sendo assim, se você faz uso disto, não reclame se caso se absteve de procurar pelo o melhor a conduzir a politica em seu país (cidade, bairro...). Dar risada é inevitável, mas compactuar é absurdo! É ceder a sua burrice e gritar ao mundo que você não sabe decidir pelo seu bem estar. Sabe viver apenas como formiga em um caminho demarcado sem questionar ou mudar de rumo. Você sabe o que pode acontecer se você eleger um candidato "engraçado" justificando que este é o seu protesto ao governo? A legislação prevê que dependendo do número de votos que ele leva, dá a ele o direito de levar consigo para o poder outros candidatos de seu partido. E então, aí que se faz o golpe, e caímos em mãos sujas (com ficha limpa ou não). O candidato laranja distrai o seu público, enquanto, os demais entram pelas beiradas na surdina. Aí está o seu protesto. O protesto surdo, mudo e de efeito contrário. Mas isso é algo que muitos nem tomam conhecimento, não é? Claro, não gostam de politica, como é que posso me esquecer? O palhaço Tiririca vem aí como apcie desta eleição. Esfregando na minha cara, na sua e de quem mais quiser a limitação do ser humano em suas escolhas. Claramente diz que a grande maioria não sabe o que um deputado faz. Mostra o seu desinteresse sobre o seu país, a sua vida e você ri disto. Mostra que está aqui para brincar com sua cara e dizer, com o perdão da expressão de baixo calão, que está pouco se ferrando para o que pode fazer por você, mas que sim, está disposto a ajudar, inclusive e principalmente a sua própria família. E você nisto? Você ri! Quero ver sua risada quando tiver seu parente assassinado e a lei não for feita, porque não tem dirigente competente para executá-la. Quero ver você rir quando tiver sua saúde completamente comprometida e alguém do sistema público lhe dizer que seu exame só pode ser marcado daqui a três meses, pois, o político que você elegeu nem tomou conhecimento do hospital que você precisa usar. Quero ver você rir da sua própria desgraça. "Pior que tá não fica?". Pague para ver, mas só não se esqueça que este seu pagamento é o prejuízo de muitos.

PS: Caso tenha interesse a crônica do casal segue logo no post anterior a este.

MELHOR PROGRAMA HUMORISTICO DOS ULTIMOS QUATRO ANOS.

Jonas Bruno sorria para tv esparramado no sofá, Suellen Clara logo imaginou que ele deveria estar vendo esses programa humoristicos que falam e fazem muitas besteiras enquanto umas mulheres seminuas rebolam ao fundo da cena.
- Meu bem, vem ver, vem ver! - chamou-a empolgado.
Ela suspirou desanimada, não querendo perder seu tempo com bobagens.
- Agora não amor, não gosto desses programas de humor, para mim não tem graça e eu preciso depilar meu buço.
- Não Sussuca! Não é programa de humor, ou melhor é, é o horário politico, meu amor vem ver, você vai morrer de rir!
Suellen Clara foi para a frente da tv, pois, conhecia bem seu marido, ele não pararia de falar enquanto não fosse ver o que ele queria mostrar. Na hora que ela chegou passava a propaganda de um politico que fazia relação de sua primeira candidatura com a primeira vez sexual de uma pessoa. Ela, realmente, não pode deixar de rir da ligação feita.
- Ai Joninho! Você pode achar isso engraçado! Isso é muito sério! É nosso futuro, nosso governo.
- Ah vá! Ah não! Ah vá. Olha esse, olha esse! Fala se não vai rir. - foi então que apareceu uma mulher vestida de forma bem provocante e apenas dizia: "Um beijinho" salientando assim o seu decote.
- Ahahaha uhhhh se eu não fosse casado, essa aí merecia meu voto heim, amor?
- Jonas Bruno! Que horror essa mulher aí que projeto poderia ter? "Juntas podemos acabar com a celulite da cidade!" - disse ela impostando a voz igual a candidata oferecida e não contendo o riso.
Em seguida surgiu na tela um cantor que seu último sucesso deve ter sido pelos meados de 2003, e nunca mais tinham ouvido falar. Por um segundo tiveram medo que ele cantasse seu jingle com a voz falha que o tempo castigou. Logo na sequencia, surge uma moça famosa pedindo votos, mas engana-se quem imaginou que ela era a candidata, pois, na verdade ela estava ali para falar pelo marido. Imagina só, votar em um cara que não tinha voz ativa nem em sua campanha, já que a sua esposa (famosinha) tinha que falar por ele , o que ele não faria no seu governo? Chegaram a conclusão que a expressão era justamente essa: "Não faria."
- Amor, amor... Você ta rindo mas fala para mim que não vai votar em nenhum desses absurdos que querem se eleger não é? O assunto é sério. E esses partidos espertinhos colocam um candidato assim para distrair (e divertir) o povo, enquanto isso, quando eleito ele leva uma leva de ladrões para dentro do governo.
- Ah claro que não Sussuca, é só bom pra rir, olha, olha, agora é o melhor: "Pusque eu vou lá resolver us coiso que ta tudo coisado, vota ni mim abestado!" Uhauahuahuaha muito bom, amor, assiste!