A CABANA
A Cabana é assim que nem coração de mãe. Sempre cabe mais um. Só quem já morou em república sabe como é isto. Porque república você sabe, do latim Res publica “coisa pública”. Ou seja, é um vuco-vuco, um muvucado, um “é só chegar e ficar avontz”.
Sou a moradora mais antiga da Cabana. E talvez por isso a mãe da história. A que cuida. Que pergunta se já comeu. Que pergunta se não vai por blusa. Ou se ta usando camisinha. Sim, eu sou uma mãe moderna.
Por aqui já se passaram diversas personalidades. Uma mais interessante que a outra. Já se passaram histórias de vida que me fizeram rir e chorar, cada uma com seu detalhe peculiar.
Tinha uma que comia por etapas. Ela fazia o prato de estivador do porto dela, e ia comendo aos pouquinhos. Comia um pouquinho, guardava no microondas. Daqui a pouco estava ela de novo com o prato na mão, comendo mais um pouquinho. Parava. Descansava. E lá vamos nós, comer mais um pouco. Tenho ódio dela, não engorda uma grama. NUNCA!
Tivemos também uma boêmia por aqui... Eram 03 horas da manhã, todas as pessoas do “horário normal de vida” dormindo, e lá vinha ela, chegando caindo, derrubando as coisas, levantando as mãos e dizendo: “Eu não to bebazzaa. Eu juro, não to não.” Uma vez ela assoprou o edredom achando que ele estava em brasa. Vou falar o que? Cada um com seu edredom e todos na sua.
Por aqui passou também a politicamente correta. “Vamos reciclar o lixo”. “Vamos fazer caminhada pela paz”. “Vamos salvar as baleias!”. Ela era praticamente a sindica da Cabana. Organizava reuniões para debater tópicos, do tipo: “Vamos decidir quem lava o banheiro esta semana.” Sinto falta dela na verdade, depois dela meu banheiro nunca mais foi o mesmo.
A Cabana já teve um morador “autista”, o mundo podia cair. O barraco rolar. O ET de Varginha dançar um tcha tcha tcha na sala. Que nada, mas nada o tirava do mundo paralelo em que ele vivia. Era preciso chamá-lo diversas vezes, para que ele reparasse em algo...
Uma grávida, também, esteve na Cabana. Oh Deus nos acuda! “Menina pelo amor de Deus não inventa de arrastar sofá”. “Larga esse copo de vinho, o que ta fazendo com isso na mão?”. E compra roupa do São Paulo, não compra roupa do Palmeiras! E de repente, nesta época todo mundo virou tio.
Ah já foram tantos os moradores. Tinha uma que o mundo podia acabar, desde que no seu final tivesse batatinhas para comer. Tinha (ou melhor: tem) o fantasma da casa, que é a Chinesinha. Uma japonesa (se a minha japonesa, tem o nome de Chinesinha, vocês não tem a ver com isso) que vive aprisionada numa xícara de porcelana e as vezes ela pega as coisas e some com elas por uns dias. Teve a moradora que para tudo ela tinha uma dor e um remédio. E três vezes na semana ela tinha que dizer: “Ai eu acho que vou adoecer.”
E os amigos dos moradores? Já entrei em casa e achei que tinha ultrapassado o portal do tempo e fui para o Woodstock. Tinham alguns hippies pela sala. Já entrei aqui e encontrei a galera do metal. Assim como já achei que o próprio Caetano Veloso estaria por aqui, porque encontrei aquela galera do violão que é linda ou não...
Morar em república é definitivamente aprendizado de vida. É aprender compartilhar. A ceder. A impor-se. Mas principalmente a amar. Cada um do seu jeito e forma. Com seu defeito e qualidade. Com seu barulho ou seu silêncio. Por isso, tenho certeza, só quem conhece a Cabana, sabe o que é estar aqui. Que seja então sempre assim, eterna (e especial) enquanto dure.
PS: Cabana, é porque originalmente seria a Casa da Aline, da Bruna e da Ana.
Sou a moradora mais antiga da Cabana. E talvez por isso a mãe da história. A que cuida. Que pergunta se já comeu. Que pergunta se não vai por blusa. Ou se ta usando camisinha. Sim, eu sou uma mãe moderna.
Por aqui já se passaram diversas personalidades. Uma mais interessante que a outra. Já se passaram histórias de vida que me fizeram rir e chorar, cada uma com seu detalhe peculiar.
Tinha uma que comia por etapas. Ela fazia o prato de estivador do porto dela, e ia comendo aos pouquinhos. Comia um pouquinho, guardava no microondas. Daqui a pouco estava ela de novo com o prato na mão, comendo mais um pouquinho. Parava. Descansava. E lá vamos nós, comer mais um pouco. Tenho ódio dela, não engorda uma grama. NUNCA!
Tivemos também uma boêmia por aqui... Eram 03 horas da manhã, todas as pessoas do “horário normal de vida” dormindo, e lá vinha ela, chegando caindo, derrubando as coisas, levantando as mãos e dizendo: “Eu não to bebazzaa. Eu juro, não to não.” Uma vez ela assoprou o edredom achando que ele estava em brasa. Vou falar o que? Cada um com seu edredom e todos na sua.
Por aqui passou também a politicamente correta. “Vamos reciclar o lixo”. “Vamos fazer caminhada pela paz”. “Vamos salvar as baleias!”. Ela era praticamente a sindica da Cabana. Organizava reuniões para debater tópicos, do tipo: “Vamos decidir quem lava o banheiro esta semana.” Sinto falta dela na verdade, depois dela meu banheiro nunca mais foi o mesmo.
A Cabana já teve um morador “autista”, o mundo podia cair. O barraco rolar. O ET de Varginha dançar um tcha tcha tcha na sala. Que nada, mas nada o tirava do mundo paralelo em que ele vivia. Era preciso chamá-lo diversas vezes, para que ele reparasse em algo...
Uma grávida, também, esteve na Cabana. Oh Deus nos acuda! “Menina pelo amor de Deus não inventa de arrastar sofá”. “Larga esse copo de vinho, o que ta fazendo com isso na mão?”. E compra roupa do São Paulo, não compra roupa do Palmeiras! E de repente, nesta época todo mundo virou tio.
Ah já foram tantos os moradores. Tinha uma que o mundo podia acabar, desde que no seu final tivesse batatinhas para comer. Tinha (ou melhor: tem) o fantasma da casa, que é a Chinesinha. Uma japonesa (se a minha japonesa, tem o nome de Chinesinha, vocês não tem a ver com isso) que vive aprisionada numa xícara de porcelana e as vezes ela pega as coisas e some com elas por uns dias. Teve a moradora que para tudo ela tinha uma dor e um remédio. E três vezes na semana ela tinha que dizer: “Ai eu acho que vou adoecer.”
E os amigos dos moradores? Já entrei em casa e achei que tinha ultrapassado o portal do tempo e fui para o Woodstock. Tinham alguns hippies pela sala. Já entrei aqui e encontrei a galera do metal. Assim como já achei que o próprio Caetano Veloso estaria por aqui, porque encontrei aquela galera do violão que é linda ou não...
Morar em república é definitivamente aprendizado de vida. É aprender compartilhar. A ceder. A impor-se. Mas principalmente a amar. Cada um do seu jeito e forma. Com seu defeito e qualidade. Com seu barulho ou seu silêncio. Por isso, tenho certeza, só quem conhece a Cabana, sabe o que é estar aqui. Que seja então sempre assim, eterna (e especial) enquanto dure.
PS: Cabana, é porque originalmente seria a Casa da Aline, da Bruna e da Ana.
15 comentários:
aai, eu acho que vou adoeçer!
ehuueheuehueheuehue...
ficou lindo li, parabéns!
;*
Noooooooooooooossssaaaaaaaa!!! Adorei!! rsss Agora vc podia fazer o favor de matar a curiosidade dos leitores e deixar um coment citando o nome dos santos.. rss
Amei esse texto!
Te amo muito Li!!
Foi uma linda homenagem aos moradores que passaram e estão morando.
Muito lindo ficou esse texto.
bjão!!!
É... mas de pouquinho em pouquinho..... ehehehehehhehehe
AMEI o texto...
Li, vc é foda! ehehhhe escreve muito! pqp....
Sinto muita saudade de todas esas épocas dai, você foi e sempre será a mãezona da Cabana. Sempre!
Te amo!!!!!!
Bru
rs rs rs mas a pessoa n tem culpa se alguem compra uma luz negra pra fazer as coisas parecerem acesas rs rs :P
Amo...saudade dmais dssa época, aprendi mta coisa, coisas que vou levar para o resto da vida, sou uma pessoa melhor depois da cabana (To me sentindo saindo do Big Brother sem ganhar um milhão rs ) enfim...espero que eu possa voltar agora como visitnte dos moradores qdo quiser matar saudade de perto, soh n sei se me encaixo nos visitantes rippies, rockeiros, ou da laia do Caetano rs
Bjo Li! mto bom o texto!! duka!!vc eh foda :**
Bjo pros moradores e ex moradores da Cabana!!! amo tds!
Eu acompanho a Cabana desde o inicio, me sinto quase uma cabanete, diria que sou uma cabenete agregada vip haha!
Eu indentifiquei alguns moradores, senti falta da Belinha, ou não a identifiquei?
beiJUcas
Sabe fiquei emocionada...ainda não chegamos no fim do ano mas todos ja estão agradecendo pelo ano da C.A.B.A.N.A.!
Casa da gente.... tem mesmo que dizer AMO MUITO TUDO ISSO!
Né Li.
Podia rolar uma festa de Natal na Cabana né?? Vontade de conhecer esse lugar... Beijo nêga!
Que homenagem linda Li!
Como amiga, obrigada pelos carinhos, cuidados, risadas...Pelo companheirismo de cada um(a).
Vocês apareceram no momento que eu estava quase certa de não existirem sentimentos verdadeiros, pessoas verdadeiras!!!
Tenho aprendido a amar cada um do jeitinho que é!
=*
E tenho dito...
fiquei feliz ao ler esse texto.
quero uma continuação, acho que dá pra fazer um post tipo seriado, com os episódios mais interessantes da cabana...
saudades
valeu por ter divido o mesmom teto e o mesmo quarto comigo, na verdade eu acho que vc que deveria me agradecer... ahahhaha
to brincando.
bjo
me liga
Táah mto bom tiaa..;D
Gostei da fantasma q éeh japonesa mas chama ela de Chinesinha
EEIIIII!! adorei a ideia da Aninha!! via rolar o seriado da CABANA! gostei , abaxo assinado!!! vai li, faz os episodios mais bacanas da Cabana!! assinem!!
1- Jana Figarella
2- Brena Menescal.
Lindo o Texto Lí, fico muito feliz por estar fazendo parte de mais uma etapa dessa casa tão querida. espero passar muitos outros momentos agradáveis e felizes como os que estamos tendo. Um beijo enorme.
e viva a cabana !!!
3-Begot.
4- Ana
SERIADO!
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