terça-feira, 8 de janeiro de 2013

DEPOIS DO FIM DO MUNDO.

O ano tinha começado. A volta a realidade. As contas. Ao preto e branco. As contas. A correria, fuxicos de escritório, rincha de família, contas, já falamos delas?

- Amorido. (Sim, é isto que você imaginou, amor + marido) e agora? - Perguntou Dulce Léa sentada desconsolada a beira da cama. Mas seu marido, o Amor ou melhor Alan Lincoln, estava distraído sentado a escrivaninha em seu notebook. - Amorido!!! E agora?

Ela a olhou num sobressalto.

- E agora o que, Amorida? (Amorida... Amorida é... Bem, deixa pra lá.).

- E agora? Pra você tá tranquilo? É assim? - perguntou ela exasperada.

Alan Lincoln respirou fundo.

- Amorida, presta atenção, não tem necessidade tá? Não precisa ser como a maioria das mulheres que falam de um assunto pelo o meio do caminho e acham que nós homens vamos saber do que estão falando. Por favor, seja mais clara, e vamos direto ao ponto.

- Por favor! É óbvio! O mundo não acabou!

Dulce Léa arregalou os olhos ao falar e se largou na cama. Estava desolada com tal informação. Já o seu marido mal podia crer no que acabava de ouvir.

- Você está falando sério? - questionou ele incrédulo.

- Amorido... Hello! Esperávamos por isso. Eu esperava! Agora é tudo de novo. É trabalho, é chefe, são as contas. Sua mãe, né Amorido, nem preciso comentar muito, sua mãe Amorido... - Ela balançou a cabeça limitando-se nas palavras e de repente parou, como outro pensamento ainda pior que a sogra a fizesse gelar. - Amoridinho do Céu, e tem mais, sabe o que tem?? BBB13 Amorido, pense nisso! Pior que isso! Os comentários dos anti-BBBs no cara-livro! Amorido, você pode imaginar? Juro para você que não entendo. Não gosta? Muda de canal, tão simples! Para mim é tudo fuxiqueiro do mesmo jeito, não ta cuidando da vida de quem tá no programa, mas tá cuidando da vida de quem assiste, com essas reclamações todas. Não acha?

Alan Lincoln nem sequer se mexeu. Continuou olhando para tela do notebook entretido.

- Amorido! Você ouviu tudo o que eu falei?

- Vem cá... Cara-livro? - comentou ele distraído.

- Ouvi essa lá no escritório, achei engraçado, resolvi aderir. Ainda mais que o mundo não acabou mesmo, então...

- Para, para... Não vai começar todo o discurso de novo. Sinceramente, não to conseguindo acreditar que você achou mesmo que o mundo ia acabar. - ele disse pausadamente com o receio que isso provocasse um ataque TPM. Porque sabia o quanto era perigoso não levar a sério qualquer declaração que sua mulher viesse a dar.

Dulce Léa levantou da cama, caminhou até a escrivaninha e olhou bem sério para ele. O marido endireitou-se na cadeira, sabia que tinha pisado em terreno perigoso, ficou em silêncio a espera do bombardeio.

- Você está calmo, porque não sabe o que eu fiz. - ela tinha um brilho estranho no olhar.

- O que você fez Dulce Léa. Que cara é essa?

- Alan Lincoln, eu o amo muito, mas sinceramente achei que o mundo iria acabar, os Maias disseram...

- E?

- E eu dei o cachorro. - disse seca e taxativa.

- Você fez o que? Você disse que ia pegar o Snoopy Marley no hotelzinho de cachorro, que ele ficou quando viajamos!

- Eu menti. Ele nunca foi para hotel. Eu menti. Ele foi para um sitio, em Potirendaba.

- Poti quem?? Para onde? Onde é que fica isso aí, Potirendabaraba? Por que fez isso?

- Potirendaba. Sei lá, não queria vê-lo morrer! Aí pensei em mandá-lo para um lugar no meio do nada, quem sabe lá numa cidade esquecida, o fim do mundo não chegasse?

- Você enlouqueceu Dulce Léa.

- Amorido, tem mais, eu te amo muito mais, eu liguei para sua mãe e mandei-a tomar... Bem, você sabe. Tava engasgado, Amorido! O mundo ia acabar, e aí eu precisava dizer, precisava.

- Você não fez isso. Não fez!

- Fiz, mas foi rápido, nem falei que era eu, olha que benção. Eu liguei, ela atendeu , mandei ela lá pro meio do olho do... Bem, você sabe. Mas... Amorido, eu te...

- Não me fala que me ama, porque já to traumatizado o suficiente da sua associação de amor as tragédias... - ele pediu desesperado.

- Amorido, só mais uma coisa...

- Ai Senhor. Ai minha Santa Clara. Ai ai ai ai. Não quero ouvir. Não quero! Criatura, vou te internar, você enlouqueceu!

- Amorido, eu te amo...

- Não fala!

- Mas eu dei todo nosso dinheiro da poupança.

- Nãooooooooooooo!!!!!! - Ele desabou no chão, já chorando. - Por que mulher? Por que Amorida? Você não está bem!

- O mundo ia acabar Amorido, me entende! - ela estava inconformada com a falta de sensibilidade dele.

- Para quem você deu o nosso dinheiro!?

- Para o Zé Bello, o dono do sítio de Potirendaba, já que para nós não ia ter valia depois do fim do mundo. Só dei uma condição para ele levar o dinheiro, que ele ligasse para sua mãe todos os dias, até o dia 21 e falasse para ela...

- Tomar naquele lugar. - Completou ele passado.

- Não, para que ela fosse pro inferno. Assim, só para reforçar... Já que o mundo ia acabar e tal... - ela havia sentado de modo tímido na cama novamente, os dedos entrelaçados, pernas cruzadas e retraídas.

Alan Lincoln andou de um lado para o outro. Bufou. Olhou para cima. Desnorteado, não sabia o que fazer ou falar. Se ia embora. Se a mandava embora. Se a internava. Se deixava tudo para lá e ia assistir BBB. Mas foi então, que um lampejo passou por ele. Ele sem dizer nada, foi até a porta do quarto, se pôs atrás dela como se fosse fechá-la, só que antes disse:

- Sabe Amorida, por um minuto eu também acreditei que o mundo pudesse acabar, então, pensei eu: "Como seria comer uma magrinha?" e aí pensei em comer a Margareth Tati, sabe? A estagiária? - dito isso, fechou a porta e já se encaminhou para a porta da rua correndo... Mas não antes de escutar um vaso se espatifando na porta do quarto e sua esposa vociferando:

- Alan Lincoln, isso é imperdoável Alan Lincoln!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

PROGRAMA DE ÍNDIO

Mona Laisa tinha um namoro tranquilo. Ele, Ryan Bryan, era muito especial para ela. E apesar de extremamente diferentes em gênio, eles se entendiam muito bem quando mundo era só eles dois.

Ryan Bryan, era extremamente caseiro, família, tímido. Mona Laisa era do mundo, falante e até um pouco desapegada de tudo... Mas ainda assim, estarem juntos era especial. Um complementava o outro. Ele a dava momentos de calma, e ela por sua vez, trazia um pouco de loucura para a sua vida...

Foi em um momento de loucura comum a ela e surpreendente a ele, que bolou mais um de seus planos. Mona Laisa estava de babá do cachorro de uma amiga que viajou, logo uma ideia lhe surgiu. Ligou para o namorado.

- Ry? Tudo bem? Você topa fazer um programa de índio?

Ryan Bryan estranhou a pergunta. Mas vindo de Mona Laisa, de tudo podia se esperar...

- Programa de índio? - Ele comentou desconfiado.

- Sim, eu to de babá do cachorro da Thayla Thalita. E precisava ir amanhã, 08hs da manhã, lá no apartamento dela. Você não vai comigo? Depois vou trazê-lo aqui para casa.

Na verdade, ele não entendeu o por quê do convite, ela realmente não precisava dele para fazer isso. Uma vez que a Thayla Thalita morava perto de sua casa. Mas ainda assim considerou e aceitou levá-la.

No dia combinado, na hora combinada ele estava lá, pronto para levá-los ao programa de índio. Ainda rindo da situação de acordar cedo para buscar um cachorro de alguém que ele nem bem conhecia.

Chegando no apartamento, os dois entraram brincando descontraídos. Ryan Bryan foi direto procurar o cachorro para levá-lo, no entanto, o olho de Mona Laisa brilhava, e algo passou pelo ar. Ela o chamou para conhecer o apartamento. E assim que ele entrou no quarto, ela fechou a porta. Ele a olhou assustado.

- Você acha que eu o chamaria sem intenção nenhuma? - ela perguntou numa voz rouca, caminhando em sua direção.

Ryan Bryan ficou pasmado, tentando entender a cena.

- Acha mesmo que esse programa de índio seria apenas buscar o cachorro? - ela o alcançou e o empurrou na cama.

Ele estava literalmente emudecido... Tentava falar, mas as palavras morriam a boca. Mona Laisa por sua vez, sabia bem o que queria dizer e fazer...

- Mas não podemos! Aqui? Assim? - Ele começou um protesto.

Ela começou a tirar a roupa lentamente... E obviamente por debaixo da roupa tranquila de uma manhã de sábado, ela vestia uma lingerie provocante.

- Você não quer? - Ela foi subindo pelo corpo dele e o beijando lentamente. Completamente excitada pelo "errado", por usar uma casa alheia completamente sem permissão.

Ryan Bryan já não pensava. Não sabia mais o que era certo o que era errado. Não sabia se a agarrava com força, ou se esticava o lençol da cama alheia que estavam bagunçando. Não sabia se a beijava ou se falavam para irem embora. Mas por fim cedeu aos encantos dela.

Intensos, transaram. Aproveitaram cada minuto daquela manhã atípica. Mais uma vez a loucura da Mona Laisa marcou a história deles. E para sempre nenhum dos dois esqueceriam o tal programa de índio.

Sendo assim, se algum dia alguém lhe pedir para cuidar do seu bichinho considere o tal programa (de índio) uma idéia um tanto quanto interessante... Fica a dica.