quarta-feira, 29 de abril de 2009

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PALAVRAS AO LIXO.


"O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém." (William Shakespeare)

Li essa frase hoje. E “hoje” concordo com ela mais do que plenamente. Infelizmente é assim a vida, recheada de palavras por comodismo ou conveniência. Vazias. Faladas ao vento.

Quantas promessas você ouviu que não foram cumpridas. Porque na verdade nunca tiveram a intenção de serem realmente realizadas. Ou então, por conveniência foram esquecidas?

Quantos afagos com palavras carinhosas em uma noite anterior perderam completamente o sentido na manhã que se fez logo após?

Estou decepcionada. A idade me faz ponderar. Reaver conceitos. Buscar bases mais firmes. E quanto mais eu penso, mais decepcionada fico. Na imensidão de vazio que se faz o ser humano pelos tempos de hoje. Por seu tempo corrido. Por suas vidas enlouquecidas. Para nada há tempo de se aprofundar. Para o verdadeiro.

E então, sempre estamos passando por recomeço. Porque o que você acreditou em um momento, no segundo seguinte deixa de ser. Você recolhe assim, com dignidade o que lhe resta pós sua magoa por ter sido enganada e recomeça. Um ciclo que já está farta de fazer.

Não, eu não me chamo Aline Mercedez. Mas hoje, quero me dar o luxo de ser mexicana. Chorar. Gritar. E, principalmente, suplicar a Deus, que daqui por diante seja diferente.

Todos têm direito a mudança de idéia. A serem reservados. Mas aonde foi parar a confiança? A intensidade? A CONSIDERAÇÃO.

A ausência da sinceridade me machuca. O vulnerável me enoja. O fútil me destrói. No momento, portanto, quero mesmo o silêncio. Nada mais merece meus ouvidos.

E se a carapuça serviu, sim, é sobre você que falo. E é para você que escrevo.