quarta-feira, 16 de junho de 2010

CONTO DE FADAS MODERNO

Zenaide Leticia nunca podia imaginar o final da sua noite, pois, tudo estava dando errado. Pense assim em tudo! A balada estava cheia de bebados. Seu amigo estava se “achando” demais. Sua amiga resolveu achá-la uma inimiga e dar stress de tpm. E para piorar no final da balada, após, pegar seu carro no valet, encontrou os vidros suados e os bancos reclinados. É preciso dizer mais alguma coisa?

Sendo assim, com tudo conspirando contra, ela decidiu que iria direto da balada para casa da sua mãe. Colo de mãe em horas assim era um ótimo calmante. Ainda que sua mãe morasse longe e ela estando sem dormir, achou que seria melhor do que ter que ir pra sua casa e ficar olhando para a cara da sua amiga que tanto tinha brigado nesta noite.

Rumo a residência materna no domingo com o sol já por raiar, ela seguia pelas ruas calmas, até no caminho, surpreendentemente o transito tornou-se lento em um ponto de uma grande avenida. Zenaide Leticia percebeu que era algo para ver que fazia que os carros passassem lentamente por uma certa altura da avenida. Quando foi na sua vez de passar pelo lugar o farol fechou e então ela viu o que se sucedia. Havia um rapaz muito bem vestido, bem apessoado, deitado na calçada. Assustou-se com cena, temerosa que o rapaz estivesse machucado. Ficou por uns segundos confusa se prestava assistência ou não. E se fosse uma armadilha? Uma isca para assalto? Mas seu lado cidadã falou mais alto. Estacionou, desceu do carro e cuidadosa se aproximou do moço. Chamou-o algumas vezes e por um momento temeu que ele estivesse realmente desacordado. Um mendigo também se aproximou da cena.

- Moço, ta tudo bem? – Zenaide Leticia insistia.

Pela primeira vez ele deu indicios de estar ao menos acordado, abriu os olhos, a mirou e fez uma cara de pouco caso, como se dissesse: “Não me enche o saco.”

- Moço fala comigo, você está bem?

O rapaz vendo que seria ainda por um tempo importunado, levantou-se, bateu a poeira da calça... Olhou para ela e resmungou que tudo estava bem.

Com ele assim de pé, e com o nervosismo de achar que ele estava machucado dissipado, Zenaide Leticia pode reparar que o misterioso homem da calçada era até que bem bonito. Tinha a cor do sol sobre a pele. Os cabelos pretos espessos...

- Você ta precisando de alguma coisa? Está passando mal? – curiosamente sentiu vontade de ficar por ali conversando mais um pouco com o desconhecido.

Sem ter muita opção o moço que não quis se identificar, deixou-se embalar por uma conversa. Disse que não lhe contaria o porquê de estar deitado na calçada. Que isso seria algo que talvez um dia ela viesse a saber, tudo que poderia adiantar é que ele tinha tido uma péssima noite. A mesma noite ruim que por coicidência ela também tivera. Conversaram sobre trabalho, pessoas, vida. Levaram a conversa para uma padaria próxima. Tomaram café da manhã e conversaram ainda mais. O papo fluia, assim como a hora passava sem que eles sentissem.

Quando o dia já estava alto, decidiram que tinham que ir pra suas casas, ela deu carona para ele que não morava muito longe. Se despediram com a sensação que faltava algo. Trocaram telefones timidamente. Mas mesmo assim a sensação de vazio não nos abandonou. Enquanto Zenaide Leticia estava apenas a uns quarterões para frente de onde o deixou, o telefone tocou.

- Sabia que fiquei com uma vontade louca de te beijar?

Com uma desculpa esfarrapada que tinha policia proxima a ela, ela embaraçosamente desligou logo sem nada mais dizer. Mas compartilhava da mesma vontade e foi com este pensamento que fez o retorno e seguiu rapidamente para onde havia o deixado. Encontrou-o novamente na calçada, mas desta vez em pé parado, sorrindo a esperando.

- Eu sabia que você voltaria. – com essas palavras puxou-a para fora do carro e longamente a beijou.

A história parecia loucamente romântica, e por dois meses, eles viveram um lindo conto de fadas... Isso até que a um certo dia, o Percival Romildo ligou para ela super feliz, dizendo que precisava lhe contar uma ótima novidade.

- Zele, eu voltei com minha namorada!!! – a voz dele era só euforia.

- Você o que? E eu? – Zenaide Leticia perguntou atonita.

- Você é minha amiga! Eu sempre vou ser seu melhor amigo. Nunca vou me esquecer o quanto você me ajudou naquela noite...

E diante a tal realidade, Zenaide Leticia resolveu entender que contos de fada não existem e principes encantados não surgem pelo caminho. .. Ah quanto o porquê do Percival Romildo estar deitado na calçada aquele dia isso é uma outra história, mas desde já os aviso não seria outro conto de fadas.


4 comentários:

Bruna disse...

é...
a cada dia q passa tb me conformo q só tem sapos nos contos de fadas mas.....
eu,
uma fadinha nata,
persistente,
toda animada,
e sem pressa,
só estou esperando a hora exata pra jogar meu pózinho de pirlim-pim-pim num sapão por ai...
tchanã!!!
ah q lindo príncipe...
mesmo q por um dia!!!
hehe...

bjooo!
B!

Pathy!!! disse...

Nossa muito legal este conto,, realmente as vezes aparecem verdadeiros sapos na nossa vida, pena que nem sempre ele vem a se tornar príncipes.

Esse conto de fadas, bem poderia se tornar uma grande e linda realidade.

Chico disse...

Ele tava deitado na calçada, porque ali não havia um colchão.

Oportunista o cara heim!! rss

Juliana Aidar Garcia disse...

parece filme né, só o final foi médio conto de fadas, mas divertida a história rs