quarta-feira, 31 de outubro de 2012

ALGUÉM PARA VOCÊ

"Pressão, vamos botar pressão mamãe..." Elis Ana passou por uma rua qualquer e ouviu este axé antigo vindo de alguma das lojas, riu consigo, pois, achou que veio a calhar com seu momento. Tinha acabado de desligar o telefone com a mãe e o assunto de 98,9% da ligação tinha sido que já estava na hora dela "arrumar alguém". O restante da conversa foi a receita do molho de vinagrete da pastelaria. Enfim...

Veja bem, "arrumar alguém". Sabe como é, né? Daquele jeito que você fala pro seu amigo que trabalha numa agência de comunicação: "Me arruma ingressos?". Você também fala para seus amigos: "Me arruma alguém?". E o mais interessante, deste peculiar pedido é que ele sempre é atendido... Com um "alguém bizarro"!

Certa vez sua amiga Glaucia Luzia veio com aquela famosa história: "Estou ficando com um cara, e ele tem um amigo...". Quem nunca? Háá. Apostava que nem queriam falar nesse assunto. Mas ela contaria, Glaucia Luzia marcou na praia o primeiro encontro e lá estava ele, "o amigo". Parado vestido um shortinhos daqueles de futebol, mas mais curto, sabe? Meio surrado, vermelho... Contrastando com o seu bronzeado "largatixa branca que se confunde com a parede" e um óculos "moderninho". Não iria explicar o moderninho. Vergonha alheia demais. Mas Elis Ana foi guerreira. Beijou o moço. O beijo era ruim. Ela ainda aguentou um mês. Quando ele falou em filhos. E ela definitivamente não teria lagartixas branquinhas.

Mas não só Glaucia Luzia havia a metido em uma situação estranha. Estela Begônia já tinha também contribuído na sua história no capítulo: "Me arruma alguém?". Ela veio lá com o amigo do peguete. Aparência "perigosa". Alourado, meio malandrão, barba por fazer... Falando em gíria. A pegada super mega blaster... Mas algo suspeito pairava no ar. Cada vez que Elis Ana chegava no bairro da minha amiga, o seu telefone tocava, e lá vinha a voz autoritária dele: "Você está aqui no bairro. Estou indo te ver...". Nas festas, todos baixavam os olhos enquanto ele passava. Na cara de Elis Ana então, ninguém olhava nunca. Ela desconfiava do comportamento, e um dia exagerou na pergunta, mas não imaginava no que viria de resposta: "Hey você é traficante?", e ele então respondeu: "Então, não sou o trafica mas digamos assim doçura: EU SOU O CARA, saca assim?" Elis Ana não sacava, nem queria sacar e nunca mais sacou nada que veio dele.

Teve uma vez que seu amigo Rolando Vitório lhe arrumou alguém. Ligou para ela falando que tinha um amigo, que andava meio cabisbaixo. Que ele achava que estava precisando de alguém que animasse sua vida. Achava-lhe perfeita para o "caso", uma vez que estava solteira, era bonita, divertida, bla bla bla... Passou as redes sociais do moço, e na primeira conversa... Que rufem os tambores... Ela ouviu uma linda "declaração" do alguém em questão: "Meninaaaaaa, me deixa usar as suas calcinhas!! Fico logo lokaaaaa!! Faço a Claúdia num "Não fuja da Raia" Vrááá. ". Verdade, não riam, isto é sério.

Heis, então, que o que a sociedade chamaria de encalhamento, Elis Ana chamaria apenas de falta de "alguém" normal no hall dos amigos. Não que ela dependesse dos amigos para isto, mas é que sempre surgia o "alguém alheio" no seu caminho. Mas ela jurava estar cada vez mais seletiva. E aceitando cada vez menos os alguéns arrumados. Um dia haveria de ser...

E foi quando, ela continuava sua caminhada pela rua, perdida nestes pensamentos, ouviu mais uma música vinda de um rádio qualquer: "E quando um certo alguém. Desperta o sentimento. É melhor não resistir e se entregar..." Era isso. Simples assim. Ah mamãe, se você pudesse entender...

2 comentários:

JuMenina disse...

Compreendi pq ainda estou solteira hahaha

Ariane disse...

Glaucia Luzia,Estela Begônia e Rolando Vitório!!!!! Isso são amigosss!!!!!

Hahahahahaha, amei os nomes!

Mas é isso ai estamos todos esperando um certo "alguem"...né mãe. Eu caso um dia prometo.